sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Orgulho de ser baiana???

Olha só! A gente aqui até tá acostumado a ouvir certas músicas, certas letras e a ver certas coreografias... Mas, quando isso passa em rede nacional, dá vontade de ir pra Lua na próxima expedição da NASA.

Durante semanas, o vídeo do "Todo Enfiado" foi papo comum em ônibus, bares, escolas, ruas, lojas, babas, shoppings, amigas ao telefone, amigas no msn, comunidades do orkut, posts do twitter, programas de rádio e programas de tv de gosto duvidoso... Argumentos pró-pseudo-professora, argumentos contra-pseudo-professora, pseudo-professora demitida, pseudo-professora defendida, pseudo-professora acusada. Verdade é que a pseudo-professora ficou famosa, começou a dançar na tal banda que toca a tal música e tá dando risinhos de iena frente a toda essa situação. Mas, eu não consigo esboçar nem um risinho, mesmo um de vergonha, daqueles que se dá às escondidas, por puro pudor ou timidez.

Toda essa patuscada, como diria aquele ex-presidente de caráter duvidoso, me fez lembrar um livro de Eduardo Galeano "De pernas por ar - a escola do mundo ao avesso", não pelo conteúdo que aborda magnificamente questões salutares para entendermos as relações de poder que permeiam a sociedade, mas pelo título simplesmente... Pernas, escola, mundo, pro ar, pelo avesso, valores invertidos, massificação de 'cultura' inútil. Socorro!

P.S.1: Aqui me eximirei de postar o link do vídeo, por ser demais "trash".

"Vão passando!
Entrem na escola do mundo ao avesso!
Que se alce a lanterna mágica!
Imagem e som! A ilusão da vida!
[...]
O mundo perdido num jogo de dados!
Não confundir com grosseiras imitações!
Deus bendiga quem vir!
Deus perdoe quem não!
Pessoas sensíveis e menores, abster-se".
[Baseado nos pregões da lanterna mágica, do séc. XVIII]

Um comentário:

  1. Nívea, gostei muito de suas palavras. Também acho deprimente toda conversa em torno do fato. Interessante a maneira como a mídia enfoca nesses assuntos e faz questão de enfatizar que é uma professora. Ela tem sua parcela de culpa na história toda,mas é melhor nem comentar tudo isso.

    ResponderExcluir